quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

"SÓ SEI QUE NADA SEI" (Sócrates)


Minhas reflexões após discussão em chat com a equipe de tutoria:

"Quanto mais sabe que não sabe, mais sábio é um homem". (Sócrates).

Quando reconhecemos que não sabemos, tornamo-nos abertos à aprendizagem. E nunca saberemos tudo, sempre há o que aprender. Às vezes pensamos que já sabemos tudo sobre determinado assunto e surpreendemo-nos com algo sobre ele. O conhecimento é inesgotável e é isso o que o torna fascinante. Nunca terminaremos de aprender!

Este é meu primeiro curso de tutoria e atuação como tutora.  Aprendi muito com o curso, a partir da interação e a troca de experiências com o coordenador e os demais tutores cursistas. A associação teoria-prática também proporcionou muita aprendizagem sobre a atuação em ambientes virtuais, o atendimento aos professores cursistas e a comunicação não presencial.

As orientações / reorientações passadas aos cursistas por escrito eram uma preocupação no início, como me expressar por escrito de forma clara, objetiva e simpática. Com a prática, isso tornou-se bem mais fácil. A administração do tempo para a realização de todas as atividades também era uma preocupação. A elaboração de uma agenda estabelecendo prioridades tem auxiliado-me nessa administração.

Percebo que algumas vezes os cursistas tem receio de esclarecer suas dúvidas comigo, por acharem que estão expondo-se ou que sei tudo. Sempre digo que também estou aprendendo e que quando não souber algo, irei buscar o conhecimento, como eles também devem fazer. A dúvida e a curiosidade são sementes que podem gerar aprendizagem, quando plantadas em solo fértil, ao invés de serem guardadas.

Sobre meus métodos de avalição das atividades dos cursistas, tenho procurado realizar uma avaliação qualitativa considerando os momentos envolvidos na execução das mesmas e as dificuldades "estruturais" encontradas por eles, como tempo para estudo, manipulação de softwares e acesso à internet.

Minha perspectiva em relação ao conhecimento é que ele tende a tornar-se cada vez mais acessível a todos e construído por todos. A ferramente Wiki e a Wikipédia são exemplos de espaços onde o conhecimento é construído de forma colaborativa. Penso que o ensino à distância também tende a expandir-se, possibilitando o acesso ao conhecimento nos locais mais remotos.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ATIVIDADE ESTRATÉGICA COM AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E FORMATIVA

A atividade estratégica abaixo foi elaborada por Wânia, Silvia e eu, no wiki disponível em https://docs.google.com/document/d/1eMk2NXk24DgnzAQGIh5LdJsS-yUgV0Eb2Iz9_oF3tPM/edit

Desenvolvemos um planejamento para o ensino do conteúdo de Matemática Financeira: Juros Compostos buscando contemplar uma avaliação de caráter multidimensional, segundo as ideias de Kenski. Procuramos integrar a avaliação aos momentos de aprendizagem ao invés de deixá-la apenas para um momento específico (final), entendendo ser a primeira uma forma de avaliação mais produtiva para o processo de ensino e aprendizagem. Assim, propomos uma avaliação que permeará toda a atividade, por meio da observação e reorientação do professor e reflexão e aprendizagem dos alunos a partir dos erros cometidos no processo.


ATIVIDADE ESTRATÉGICA:

1) Conteúdo:
- Matemática Financeira: Juros Compostos.

2) Objetivos:
- Contribuir com a formação dos alunos no que se refere à compreensão da realidade e ao exercício da cidadania.
- Proporcionar que os alunos utilizem a Matemática Financeira como instrumento de intervenção na realidade para resolver situações problema.
- Possibilitar aos alunos situações que os levem a desenvolver o raciocínio, sabendo aplicar fórmulas e tirar conclusões acerca do problema.
- Preparar os alunos para um eventual ingresso no mundo do trabalho, utilizando situações do comércio para propiciar exemplos reais de aprendizagem.
- Estimular os alunos a analisarem e interpretarem criticamente dados provenientes de problemas matemáticos, de outras áreas do conhecimento e do cotidiano.

3) Atividade:
- Os alunos já devem ter conhecimento sobre o regime de juros simples, abordado em aulas anteriores.
- Visita a instituições como Casa da Moeda, Bovespa e bancos, para que os educandos possam observar e fazer entrevistas para posterior produção de relatórios e discussão em sala de aula.
- Aplicação dos jogos Banco Imobiliário e Cashflow 101 ( um jogo de tabuleiro onde o jogador deverá ter rendimentos suficientes para pagar suas contas sem depender do seu salário).
- Apresentação do Vídeo: “Comparar preços e juros é fundamental para comprar à prazo” http://www.youtube.com/watch?v=A-X4-bSxfeQ
- Pesquisa de preços de produtos à vista e à prazo a partir de folhetos de propaganda, pesquisa em lojas ou na Internet.
- Comparação dos preços dos produtos à vista e à prazo e cálculo das taxas de juros embutidos nas compras à prazo, caso tivesse sido utilizado o regime simples.
- Explicação da ideia de “juros sobre juros” usada no regime composto e proposta de que os alunos façam o cálculo do valor à prazo usando a taxa de juros encontrada no regime simples, para que os mesmos compreendam as diferenças entre esses dois regimes.
- Orientação para o cálculo da taxa de juros embutidos nas compras à prazo utilizando o regime composto, com aplicação da fórmula de juros compostos (que será deduzida com os alunos) e o auxílio de calculadora científica e do Microsoft Excel, estabelecendo relações entre juros compostos, progressões geométricas e funções exponenciais.
- Montagem de um mural com as comparações de preços dos produtos, a taxa e o valor dos juros.
- Utilização de calculadora financeira online para a resolução de problemas.
Calculadora: http://epx.com.br/ctb/hp12c.php
Problemas: http://www.brasilescola.com/matematica/nocoes-sobre-utilizacao-uma-
calculadora-financeira

4) Competências envolvidas:
- Interpretar e resolver problemas do cotidiano inseridos em contextos ligados à Matemática Financeira.
- Reconhecer e comparar temas da Matemática Financeira, como a diferenciação entre Juros Simples e Juros Compostos.
- Estabelecer conexões entre este tema e outros temas do currículo, como a relação entre Juros Compostos, Progressões Geométricas e Funções Exponenciais.
- Compreender o significado das fórmulas envolvidas.
- Pensar, criar, relacionar ideias e desenvolver autonomia de pensamento para decidir-se pela melhor solução para um problema.

5) Recursos:
- Jogos.
- Folhetos com preços de produtos.
- Calculadora científica.
- Computadores com acesso à Internet.

6) Duração:
- 6 horas-aulas.

7) Avaliação:
- Deverá ser feita uma avaliação diagnóstica anteriormente a execução da aula para identificar se os alunos estão aptos a desenvolver os trabalhos propostos. Esta avaliação deverá abordar números decimais, porcentagem, progressões geométricas, equações e funções exponenciais e juros simples.
- A avaliação será feita durante todo o processo de aprendizagem ( multidimensional - Kenski), por meio da observação do professor e da reflexão dos próprios alunos. A aplicação da taxa de juros simples numa situação que envolve juros compostos levará os alunos a refletirem sobre esse “erro” a que foram induzidos, compreendendo a diferença entre os dois sistemas.
- As reorientações necessárias serão feitas pelo professor durante a execução das atividades, culminando na confecção e apresentação do mural pelos alunos.

AVALIAÇÃO MEDIADORA

“O paradigma de avaliação que se opõe ao paradigma sentencioso, classificatório é o que denomino de 'avaliação mediadora'. O que pretendo introduzir neste texto é a perspectiva da ação avaliativa como uma das mediações pela qual se encorajaria a reorganização do saber. Ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as. Tal paradigma pretende opor-se ao modelo do 'transmitir-verificar-registrar' e evoluir no sentido de uma ação avaliativa reflexiva e desafiadora do educador em termos de contribuir, elucidar, favorecer a troca de ideias entre e com seus alunos, num movimento de superação do saber transmitido a uma produção de saber enriquecido, construído a partir da compreensão dos fenômenos estudados”.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: Uma Relação Dialógica na Construção do Conhecimento.
 
A maioria dos professores utiliza a avaliação quantitativa em sua prática. Quando realizam avaliação qualitativa, geralmente esta tem um peso menor na avaliação total.

Seja qual for a forma e o instrumento utilizado para a avaliação, é importante que ela seja uma avaliação mediadora, com "professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as", conforme afirma Jussara Hoffmann.

A avaliação precisa ser formativa, proporcionando ao aluno a aprendizagem a partir do erro e ao professor a reflexão sobre a própria prática educativa.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

MATRIZ F.O.F.A.


Forças

  • Interação com professores cursistas e tutores.
  • Visitas aos grupos de estudos.
  • Contribuição para a melhoria da qualidade do ensino da Matemática.
  • Reorientação a partir das dificuldades apresentadas pelos cursistas.
  • Atendimento às dúvidas dos cursistas.

Fraquezas

  • Pouco tempo para a interação com professores cursistas e tutores.
Oportunidades

  • Formação e experiência na área de tutoria.
  • Trabalho em ambientes virtuais e com ferramentas tecnológicas.
  • Conhecimento de recursos e metodologias diversas para o ensino da Matemática.

Ameaças

  • Problemas técnicos referentes aos ambientes virtuais e ferramentas tecnológicas.
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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

INTERATIVIDADE NA EDUCAÇÃO

Segue wiki construído por Márcia Franco, Silvia Cristina e eu.
 
Análise do ambiente de aprendizagem à distância:

*Como ele deveria ser?

O ideal seria um espaço de aprendizagem colaborativa, onde a emissão e a recepção de informações poderiam co-criar a aprendizagem, ou seja, possibilitar a articulação destes dois, proporcionando melhorias na relação professor/aluno, sendo que neste espaço, o professor aprende enquanto ensina e vice versa, criando mais proximidade e uma relação de afetividade e de partilha de conhecimento mútuo.

Neste espaço, o conhecimento seria dinâmico, construído a muitas mãos. Cada aluno poderia aprender a partir da ideia compartilhada pelo outro, podendo também aprimorá-la ou ampliá-la. Ele deixaria de conceber o conhecimento como algo estanque, do qual pode apenas se apropriar, para tornar-se articulador e construtor do mesmo.

*Que características não poderia deixar de ter?

Uma característica primoridial seria o espaço para troca de informações e opiniões, como por exemplo, o fórum.

Outra característica seria a possibilibade de intervenção em conteúdos, uma nova maneira de  aprender e de colaborar uns com os outros, onde a co-criação seria o fim esperado.

O acompanhamento e o acessoramento do professor/tutor também são essenciais para que os alunos/cursistas possam esclarecer dúvidas e inserir-se totalmente neste espaço.

*Além da Wiki, apresentem o escopo de, pelo menos, quatro funcionalidade e o objetivo de cada uma delas.

BLOG: mostrar os diferentes lados de diversos assuntos afim de darmos um suporte para uma boa formação de opinião;

FÓRUM: promover conhecimento entre os participantes, por meio de discussões, perguntas e respostas, indicação de sites, entre outros.

CHAT: orientar a comunicação entre os participantes na busca de atingir os objetivos propostos e coletivamente formá-lo. Espaço para tirar dúvidas e trocar ideias e informações pertinentes. Um instrumento que pode ser utilizado para o chat é o MSN MESSENGER: programa de mensagens instantâneas encurtando distâncias e aumentando a produtividade. Além de aproximar, a rapidez é conveniente para o feedbak de dúvidas ou sugestões.

DIÁRIO DE BORDO: espaço onde o cursista pode construir o seu histórico pessoal sobre o que está aprendendo. Ele pode registrar reflexões, pontos discutidos que considerou importantes, num espaço individual.

sábado, 22 de setembro de 2012

INFORMAÇÃO E FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO

Acesse no link abaixo a minha reflexão a partir do vídeo de uma entrevista de Pierre Levy e de uma tirinha de André Dahmer.

http://franfavero.podomatic.com/entry/2012-09-22T07_39_05-07_00

PRINCIPAIS IDEIAS DE JOHN DEWEY

Segundo Dewey, o aprendizado só se dá quando as ideias são compartilhadas. E isso só é possível em um ambiente em que não haja barreiras à livre expressão do pensamento. 


Concordo com Dewey, quando ele afirma que o aprendizado só se dá quando as ideias são compartilhadas, mas entendo que esse compartilhamento de ideias pode ocorrer em espaços e momentos diversos, como por exemplo, por meio da leitura de um livro, pois mesmo que o leitor não debata com outras pessoas, ocorre um debate entre suas ideias e as ideias do escritor.

Como orientadores/tutores, uma de nossas funções é incentivar as discussões e a interação entre os cusistas e destes com os conteúdos propostos, buscando que eles também cheguem a uma aprendizagem significativa.

Dewey também afirma que é necessário partir de um problema sentido pelos alunos, analisar esse problema, pensar em alternativas de resolução, experimentar várias possibilidades e finalmente, agir, como prova final da solução. Esta é uma proposta que também tentamos desenvolver com os cursistas, com o objetivo de que eles sejam protagonistas do seu processo de formação.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

CAMPO INTERATIVO, INTERAÇÃO PRESENCIAL E À DISTÂNCIA E A APRENDIZAGEM

A interação entre os indivíduos cria espaços hipotéticos por meio dos quais a aprendizagem se concretiza de forma colaborativa, onde a troca de experiências incentiva a reflexão, a pesquisa e a contestação do indivíduo por si mesmo, a partir do conhecimento da forma de pensar e agir do outro.

Na interação presencial, os alunos podem discutir e esclarecer dúvidas entre si ou com o professor oralmente, no momento em elas ocorrem, possibilitando que as explicações sejam refeitas caso não tenha ocorrido a compreensão sobre o que foi explicado. Nesse meio é possível perceber facilmente se houve ou não essa compreensão.

Na interação à distância, cada aluno pode refletir sobre o que foi produzido pelo outro, principalmente se este for um processo assíncrono, onde a intervenção do professor não ocorre em tempo real. O aluno pode pesquisar sobre a temática abordada, esquematizar a sua contribuição, para então compartilhá-la. É preciso ter cuidado para que a linguagem escrita expresse claramente o que se pretende dizer.

Independente de este espaço ser presencial ou à distância, ele precisa ser acolhedor. Para tanto, a linguagem é fundamental, pois por meio dela é possível transmitir respeito, cordialidade e afetividade. Os alunos precisam perceber esses elementos tanto em seus pares quanto no professor, que deve atuar como um mediador entre os alunos e o conhecimento.

Percebo-me como aluno em um campo interativo no Programa de Formação de Tutores (PFT), visto que neste programa o conhecimento é concretizado a partir da interação entre os cursistas da formação. Estou compartilhando conhecimentos e aprendendo bastante a partir das impressões e experiências relatadas pelos demais “alunos”.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO: O papel dos meios na formação do aluno e do professor na educação de jovens e adultos

Principais ideias do artigo de Moacir Gadotti, discutidas num chat por um grupo de tutores do Projeto Multicurso Matemática.



Nesta discussão, os professores apontaram que o texto, que é parte de um livro que trata da relação da mídia com a escola principalmente na EJA, nos alerta sobre a utilização da mídia e a influência que ela causa e nos coloca a par da importância de usar a comunicação para o desenvolvimento de uma educação crítica.

Sobre o que a escola deve denunciar com relação às mídias, foi apontado que as mídias, principalmente a televisão, vêm sendo usadas de forma errada, tendo como papel principal manipular as mentes para uma realidade voltada a interesses políticos e consumistas, estabelecendo padrões de comportamento. É estabelecida uma cultura de massa, onde todos acabam pensando que o que a televisão diz é o melhor, o correto. Muitas vezes as pessoas são totalmente influenciadas sem perceber que estão sendo dominadas.

A respeito do que a escola pode anunciar com o uso das mesmas mídias, foi relatado que elas podem ser usadas a favor da educação, pois com o seu uso o aprendizado pode tornar-se mais fácil e significativo, sendo possível trabalhar a vivência do aluno, como uma forma de despertar o seu interesse. Assim, a utilização das mídias nas escolas, quando realizada de forma responsável, pode valorizar toda a estrutura da escola.

Outro aspecto positivo destacado foi a utilização e a produção de vídeos, pois ao levarmos os alunos a produzirem seus vídeos e observarem os resultados, eles podem perceber como a visão através da lente de uma câmera pode mudar completamente o foco, passando inclusive a entender melhor o poder desse meio de comunicação. Foram apresentadas várias experiências exitosas com a utilização de vídeos pelos professores, tanto por meio de filmagem (como a produção de um jornal) ou por meio da montagem de vídeos a partir de imagens (como vídeos que ilustram uma situação-problema).

Foi discutido ainda como este tema poderia ser abordado num curso de formação de educadores, sendo apontado que os professores precisam analisar criticamente o uso das mídias e aprender a utilizá-las na prática, pois a integração entre teoria e prática é fundamental e a formação continuada é o principal espaço para isso, já que muitos não tiveram esse tipo de formação na graduação.

Assim, concluímos que as mídias podem ter um relevante impacto social, aproximando mais a escola do aluno. Para que esse objetivo seja atingido, segundo Gadotti, a televisão, indispensável na formação de todo cidadão, deve ser acompanhada na educação por uma Pedagogia da Comunicação que a analise criticamente. O papel do professor é fundamental nesse processo, pois as mídias não o substituem. Cabe a ele utilizá-las de forma a promover a inclusão, a aprendizagem e o desenvolvimento da criticidade do aluno.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

MAS AFINAL, O QUE É INTELIGÊNCIA? (Isaac Asimov)

Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – Kitchen Police).

Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso. Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?

Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele. Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos. No fim, ele sempre consertava meu carro.

Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico. Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico. Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.

Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal. A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto, mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.

Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez. Ele adorava contar piadas. Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou: “Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?”

Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois dedos, como uma tesoura.

“Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir.”

Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou: “Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.”

“E muitos caíram?” Perguntei esperançoso.

“Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar”.

“Ah é? Por quê?”

“Porque você tem muito estudo doutor, sabia que não seria muito esperto”.

E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo.


(Tradução livre do original “What is intelligence, anyway?”, disponível em http://talentdevelop.com/articles/WIIA.html).

Isaac Asimov (1920 - 1992) foi um escritor e bioquímico americano, famoso como explicador da ciência e autor de ficção científica. Sua obra de ficção se destaca por introduzir ao leitor leigo conhecimentos científicos e a ideia do método científico.

OS SETE SABERES NECESSÁRIOS À EDUCAÇÃO DO FUTURO / PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

Clique aqui para acessar o wiki construído por mim e pelos professores Marcelo Morello, Márcia Franco e Wânia Soares, sobre o texto "Os sete saberes necessários à educação do futuro", de Edgar Morin e sobre uma entrevista dada por Paulo Freire onde ele comenta sobre o seu livro "Pedagogia da autonomia".

quinta-feira, 12 de julho de 2012

terça-feira, 26 de junho de 2012

COMPETÊNCIAS

A noção de competência é designada por Phillipe Perrenoud como a capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação. As 10 novas competências para ensinar, propostas por ele, são imprescindíveis na educação tanto presencial quanto online. Dentre elas, destaco as seguintes:

·        administrar a progressão das aprendizagens: adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino; observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa.

·        envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho: suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver no aluno a capacidade de auto avaliação; favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno.

·        administrar sua própria formação contínua: saber explicitar as próprias práticas; acolher a formação dos colegas e participar dela; negociar um projeto de formação comum com os colegas.
O desenvolvimento dessas competências deve ser objetivo de todo professor/orientador/tutor, pois independente do espaço em que se atua e dos recursos que se possui para essa atuação, esse desenvolvimento depende da postura do profissional, que deve estar constantemente refletindo sobre a própria prática, tendo em mente que a avaliação é parte do processo formativo, que ele é o mediador entre o aluno e o conhecimento e que também deve estar em constante formação.

No meu trabalho como orientadora/tutora, procuro sempre mediar as atividades de forma que os professores/cursistas sintam-se motivados a buscarem mais conhecimentos sobre os assuntos abordados e que percebam-se como coautores da própria aprendizagem. Procuro incentivar também a reflexão sobre a prática que estão realizando em sala de aula e sobre como ela pode ser diferenciada. Meu desejo é que essa diferenciação chegue às salas de aula e que os alunos também possam ter acesso a um ensino significativo. Que as reflexões que estão sendo feitas pelos professores possam sair da mente e do papel para serem colocadas em prática. Acredito que esse seja o nosso maior desafio.